Pessoas com Perturbação da Personalidade Evitante vivem num permanente estado ansioso em contextos onde tenham de se relacionar com novas pessoas ou em novas situações.
São hipersensíveis à crítica, que interpretam como rejeição, e por isso têm muita dificuldade em fazer amigos. Pequenos gestos são analisados à lupa pois necessitam de sentir-se seguros de que são aceites para se relacionarem com alguém.
Procuram, sistematicamente, a aprovação e aceitação o que, paradoxalmente, pode levar a que os outros gozem ou ridicularizem, confirmando e agravando os seus receios. Por este motivo acabam por não ter uma rede de suporte social satisfatória, vivendo mais isolados e com a percepção de que não podem contar com as pessoas, se precisarem. Os poucos amigos que se permitem ter, precisaram dar provas irrefutáveis de que situações de desaprovação jamais iriam acontecer.
Possuem uma baixa auto-estima, sentem-se inferiores, menos capazes e por isso é-lhes difícil considerar que os outros possam nutrir afetos por si. São, por norma, considerados tímidos e procuram não se expor para evitar situações de humilhação.
Nas Perturbações da Personalidade a psicoterapia deve ter como objetivo o suporte, a psicoeducação e o desenvolvimento de estratégias adaptativas, em vez da mudança nos processos mentais. Ainda assim, é muito comum a pessoa desistir por "não ver resultados", não considerando que o seu modo de Ser está a condicionar o processo terapêutico.
Trata-se duma patologia do SER e não é enquadrável em situações clínicas expressas em sintomatologia típica, ainda que muitas vezes exista alguma comorbilidade. Por este motivo a psicoterapia visa, essencialmente, o estabelecimento de modos de funcionamento mais adaptativos.
by Helena Coelho, psicóloga clínica @psicomindcare
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